quarta-feira, maio 04, 2011

Um breve Histórico....

História

Segundo Aristóteles, existem dois tipos de virtudes: as virtudes do Pensamento e as do Carácter. Das primeiras, Dianoéticas, porque se ensinam pela instrução, fazem parte a Sophia (saber) e a Phronesis (sabedoria). Estas virtudes são também conhecidas como competências intelectuais e incluem o conhecimento científico relevante; aptidões técnicas e experiência adequadas; a inteligência; a capacidade de discernimento e bom senso prático. Por outro lado, as virtudes do Carácter são as virtudes éticas ou competências morais, ou seja, desenvolvem-se através do hábito, da educação e da prática. Entre elas encontram-se a honestidade, a moderação, a coragem, a justiça, o amor, a fidelidade, o humor…

Em São Tomás de Aquino, o hábito é uma qualidade auto-adquirida e livremente desenvolvida que facilita e aperfeiçoa a acção e, consequentemente, o próprio Homem.

Mas, o que são, então, virtudes? A noção grega de virtude estava relacionada com força moral, enquanto o vício se relacionava com fraqueza moral. Pelo que, as virtudes estão relacionadas com a procura da excelência e a aquisição do conhecimento do ser. Assim, o modelo de virtude de Platão e Aristóteles era constituído pela excelência do desenvolvimento físico, a mestria nas aptidões e no equilíbrio e a obtenção de um desempenho excepcional.

“A virtude significa uma fortaleza moral da vontade” (Immanuel Kant (1724-1804)). Esta definição de virtude de Kant vem de encontro à definição que Platão e Aristóteles defendiam. Ao concordar com esta definição de virtude, estou a considerar que a virtude depende de nós e nos torna fortes pela procura que nos obriga a fazer desse ideal.

David Hume (1711-1776) considera que os costumes são o grande guia da vida humana. Tendo como base que as virtudes se podem desenvolver pela prática, sendo, por isso, costumes ou hábitos, posso, então, inferir que a vida humana tem como suporte as virtudes. Assim, estas têm uma importância extrema no relacionamento entre os seres humanos, ou seja, em sociedade. “Depois da morte, as virtudes e boas acções têm a sua recompensa e as más acções o seu castigo.".

Em “Utopia”, de Thomas More, na descrição da forma de vida dos utopianos, é enunciada uma definição de virtude: “Viver conforme a Natureza, e para isso Deus nos destinou.” Ora, o Homem que vive conforme a Natureza é aquele que se orienta pela razão que, tanto nos leva ao amor e à adoração de um ser superior, como nos ensina e incita a viver alegremente, evitando as tristezas. Isto leva-nos à ajuda ao outro e ao desenvolvimento de relações interpessoais baseadas no que é correcto ou não numa sociedade. Assim, viver conforme a Natureza leva ao seguimento de certas normas sociais que se podem converter em virtudes pessoais.

Poder-se-á, assim, concluir que a virtude se trata de um hábito do género “qualidade” que se pode aperfeiçoar e que consolida as potências do homem conferindo capacidade e facilidade de bem agir. Não se trata de extremismos, tanto por excesso, como por defeito, mas de um meio-termo que provém da vontade própria e implica o exercício da liberdade. Apesar de se dizer que a virtude está no meio, não se pode considerá-la como uma simples média, mas sim um pico de qualidade entre dois abismos de erro.
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Sete Virtudes cardeais

Existem numerosas virtudes que se relacionam entre si tornando virtuosa a própria vida. Entre as virtudes morais são constantemente destacadas as virtudes cardeais: a prudência, considerada a virtude-mãe por ser instrumental e a base de todas as outras; a justiça; a fortaleza ou coragem e a temperança ou moderação que pode ser descrita como sendo a prudência aplicada aos prazeres. Estas quatro virtudes são consideradas as principais por serem os apoios à volta dos quais giram as demais virtudes.

Considerando os sete pecados capitais:

ira, preguiça, avareza, orgulho, gula, inveja, luxúria;

Existem também as sete virtudes opostas:

serenidade, presteza, largueza, modéstia, temperança, caridade, castidade.

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