terça-feira, maio 03, 2011

Virtudes

"Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça" (Mateus 5:10-12). Aqui há uma conclusão supreendente. Estes pacificadores se tornaram os perseguidos! Jesus, já tendo tratado da atitude dos cidadãos do reino para com Deus, para com eles mesmos e para com outros, agora volta-se para considerar a atitude do mundo para com eles. Poder-se-ia ter pensado que um povo como o que Jesus descreveu seria recebido com grande regozijo no mundo: um povo humilde, descuidado de si mesmo, dedicado às necessidades dos outros. Ao contrário, o Senhor agora revela que eles provocarão no mundo uma animosidade amarga e ódio.
O Filho de Deus nunca procurou esconder de seus seguidores as realidades do sofrimento. Sua candura com aqueles que o procuraram entusiasticamente é notável. Ele insistiu para que eles, mesmo em seu ardor, calculassem a despesa (Mateus 8:19-20; Lucas 14:26-33). O Senhor não quer que sejam discípulos por ingenuidade. Ele não quer que choques inesperados destruam sua fé. Ele falou francamente, de modo que, quando seus discípulos sofressem, eles possam saber que isso é justamente como ele disse que haveria de ser e se encorajem com a certeza de que as promessas de glória de seu Mestre são igualmente seguras: "pois quem fez a promessa é fiel" (Hebreus 10:23).
Mas qual é a causa desta perseguição consciente e odienta de um povo humilde e meigo? Nenhuma conspiração secreta e maligna. Nenhuma prática clandestina de ritos ímpios e imorais. Seu crime é simples. Eles escolheram ser justos em um mundo injusto. Eles são bem idênticos ao seu Mestre (João 15:18-20). Seu amor e simplicidade servem só para ressaltar em feio contraste o tenebroso egoísmo de uma geração ímpia que odeia a luz e sente agudamente o julgamento silencioso da inocência contrastante dos cristãos (João 3:19-20).
Os discípulos do Senhor deveriam regozijar-se diante de uma oposição que revela que o espírito e o caráter de seu Salvador foi visto neles. Eles deveriam regozijar-se porque lhes foi concedido o privilégio de sofrer por aquele que sofreu tanto abuso por amor deles (Filipenses 1:28-29; Atos 5:41). Mas, acima de tudo, eles deveriam regozijar-se porque seu sofrimento não é vazio. Eles podem abraçá-lo alegremente, sabendo que ele transforma o caráter (Tiago 1:2-4) e produz por eles "eterno peso de glória, acima de toda comparação" (2 Coríntios 4:17). Nenhuma ameaça temporal pode intimidar aquele cujo tesouro verdadeiro está garantido no céu. Como alguém observou: "Não é tolo quem larga o que não pode manter, em troca do que não pode perder."

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